Em caso de picada, o paciente deve procurar atendimento médico imediato; soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas no Sistema Único de Saúde
Publicado em 27/07/2022 11h23 - Matéria retirada do portal do Ministério da Saúde
A imagem da capa do site Multisom é meramente ilustrativa e foi retirada de arquivos da internet/Google
Integrantes da classe dos aracnídeos e parentes das aranhas e dos carrapatos, os escorpiões são peçonhentos. A picada deste animal pode causar sérios problemas à saúde. Em 2021, foram registrados mais de 154 mil acidentes por picada de escorpião no Brasil. Não existem evidências científicas de que tratamentos caseiros funcionem, então, em caso de picada, o paciente deve procurar atendimento médico imediato.
Algumas espécies estão adaptadas ao ambiente urbano e se multiplicam nos grandes centros. No verão, a atenção deve ser redobrada, pois o clima úmido e quente favorece o aparecimento desses animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Mas escorpiões podem causar acidentes em qualquer estação do ano, inclusive no inverno.
No Brasil, existem 4 principais espécies:
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Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) - Encontrado em todas as regiões do país. É o que mais preocupa por ser considerado o mais venenoso. Tem reprodução do tipo partenogenética, ou seja, as fêmeas procriam sem precisar que machos as fecundem.
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Escorpião-marrom (Tityus bahiensis) - Encontrado na Bahia e algumas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
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Escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus stigmurus) - Também procriam sem a necessidade de um macho. É a espécie mais comum no Nordeste do Brasil, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
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Escorpião-preto-da-amazônia (Tityus obscurus) - O principal causador de acidentes e óbitos por picadas de escorpião na região Norte e no estado do Mato Grosso.
Sinais e sintomas
Quando há picada por escorpião, a dor é imediata em praticamente todos os casos, além da sensação de formigamento, vermelhidão e suor no local. Após alguns minutos ou horas, principalmente em crianças, que são mais vulneráveis ao envenenamento, podem aparecer outros sintomas, como tremores, náuseas, vômitos, agitação incomum, produção excessiva de saliva, hipertensão, entre outros.
Todos os escorpiões são venenosos e os riscos aumentam de acordo com a quantidade de veneno injetado e no quão nocivo o veneno de cada espécie é para o corpo humano. Os casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de acidentes. O soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Medidas de prevenção
Os escorpiões que habitam no meio urbano se alimentam principalmente de baratas, portanto, são comuns em locais com acúmulo de lixo. São animais que não atacam, mas se defendem quando ameaçados. Para evitar encontros indesejados, é importante:
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Manter lixos bem fechados para evitar baratas, moscas e outros insetos que sejam alimento dos escorpiões;
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Manter jardins e quintais limpos. Evitar acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências;
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Em casas e apartamentos, utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques;
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Afastar camas e berços das paredes;
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Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão.
O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Esses produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando o risco de acidentes.
Fran Martins
Ministério da Saúde